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A REVOLTA DO KANIBARU SINEMA

| terça-feira, 28 de setembro de 2010 | |
O Brasil precisa fazer filmes com fúria!!!
Soltemos nossos urros de revolta!!! Construamos nossos próprios filmes e que sejam feios, sujos, malvados, alucinados, aleijados, bêbados, contestadores e transgressores dos valores sociais!!!

E façamos filmes colocando nossas cabeças pra pensar. Pensar!!!

Pensar para criar obras livres, sem amarras com a tal moraliade cristã ocidental. Cabeça-dura arrebenta o fio da lâmina da guilhotina!!! O caos caótico na forma de filmes libertários! E qualquer um pode se libertar fazendo filmes pessoais; filmes esses que fujam completamente do padrão comum. Filmes que sejam a cara de uma nova geração de brasileiros inquietos!!! Sejamos abusivos, debochados e desbocados!!!

Queremos, com o Kanibaru Sinema, dar continuidade à revolução social do anarquista Bakunin em sua busca por uma humanidade mais justa e igualitária; daremos continuidade aos delírios malditos do escritor Isidore "Lautréamont" Ducasse; partiremos em busca da destruição da arte oficial dando seguimento aos ideais surrealistas; seremos iconoclastas como os dadaístas e gritaremos: "Deus está morto assim como a arte!!!"; incomodaremos a sociedade cristã como fizeram os vagabundos intelectualizados do movimento "beat"; proporemos mudanças radicais como fizeram os os situacionistas; desmoralizemos a arte mais cara do planeta com nossos filminhos caseiros como fizeram os cineastas marginais da Boca do Lixo com suas vomitadas ácidas mal filmadas dos anos 70.

Assim sendo, deixaremos bem claro aos capachos do sistema que o Kanibaru Sinema não se pretende um movimento de vanguarda. Aliás, o Kanibaru Sinema não pretende ser um movimento. O Kanibaru Sinema pretende ser o nada e que cada guerilheiro Kanibaru crie/recrie/repense o Kanibaru Sinema à sua maneira!!!
Queremos, issi sim, dar sequência aos ideais que ficaram perdidos no tempo, sonhamos com a união de todos aqueles que vivem infelizes nesta sociedade, com propostas de ação direta e conscientização através não só da arte visual, assim como, também, através de todas as outras formas de manifestações culturais. No Kanibaru Sinema só nã há lugar para os preguiçosos e fracos de espírito.

Façamos uma arte poderosa, uma arma que seja a voz dos excluídos que se negam a fazer parte desta sociedade decadente!!!

(Texto retirado da introdução do livro "Manifesto Canibal", de Peter Baiestorf e Coffin Souza - 2004)

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